EXPOSIÇÕES NOVAS NO ECOMUSEU

Para irmão de Poty Lazzarotto, Ecomuseu satisfaz
desejo do artista: “Ele queria expor, e não guardar”

Exposição Poty, poeta do traço foi aberta nesta quinta-feira (16), no Ecomuseu de Itaipu. Espaço também recebe as mostras Foz em Aquarelas, de Beto Candia, e À mão livre, de Haroldo Alvarenga.

Na noite desta quinta-feira (16), data em que completou 27 anos, o Ecomuseu de Itaipu Binacional recebeu empresários, artistas, professores e amantes da arte para a abertura de três exposições. Entre elas, Poty, poeta do traço, do artista paranaense Poty Lazzarotto. “Meu irmão dizia que suas obras não eram para ficar guardadas ou escondidas, mas expostas, como aqui”, disse o irmão de Poty, João Lazzarotto, presente na solenidade.
A noite também foi de estreia para as mostras Foz em Aquarelas, de Beto Candia, e À mão livre, de Haroldo Alvarenga. As três exposições permanecerão abertas ao público até o dia 8 de fevereiro de 2015.

Poty, poeta do traço apresenta 105 gravuras e desenhos aquarelados que têm como tema o trabalho e profissões. Todas são da coleção de João Lazzarotto. Dois videodocumentários também compõem a exposição: um com depoimentos sobre o artista e outro com o próprio autor falando sobre o seu trabalho.
“Tenho mais de cinco mil obras catalogadas. É um prazer mostrar os trabalhos do meu irmão”, disse João. Ele espera que, assim, como no Museu Oscar Niemeyer (MON), de Curitiba, onde a mostra bateu recordes de visitação, o sucesso aconteça em Foz do Iguaçu também.

O diretor de Coordenação da Itaipu, Nelton Friedrich, lembrou que uma das últimas obras de Poty não está na exposição, mas pertence ao povo iguaçuense e, em breve, a todos os paranaenses: é o Painel do Barrageiro, localizado próximo do Mirante Central da Itaipu, que está sendo tombado pela Secretaria Estadual de Cultura como Patrimônio Paranaense.

Friedrich também aproveitou para saudar o aniversariante do dia. “O papel do Ecomuseu é aproximar a arte da comunidade. E é o que vem fazendo nos últimos 27 anos”, ressaltou. “Essas exposições de artistas renomados estão construindo uma avenida cultural entre a fronteira e capital do Paraná. A primeira foi a Múltiplo Leminski, de Paulo Leminski, depois Lágrimas de São Pedro, de Vinícius S.A., Trabalhadores, de Sebastião Salgado, e agora esta, de Poty.”

Artista de Foz
A abertura da exposição À mão livre, do escultor iguaçuense Haroldo Alvarenga, que morreu em março de 2013, reuniu parentes e amigos. “Esta mostra é uma homenagem póstuma ao meu amigo Alvarenga. O maior artista que Foz já teve. Ele tinha uma sensibilidade muito apurada e isso é possível observar nos detalhes de suas esculturas”, disse o empresário Wádis Benvenutti.

Opinião semelhante é da professora Cesarina Steckel. Segundo ela, exposição como essa valoriza o artista e faz a sociedade não se esquecer de seus grandes nomes. “O povo tem memória curta. Não podemos deixar que esquecessem deste artista.”
Para a mulher de Alvarenga, Leila, o objetivo foi fazer uma retrospectiva de todo o trabalho do marido. “Ele expôs em várias partes do mundo, mas uma exposição como essa nunca tinha ocorrido na sua cidade. Estou realizando um sonho dele. Quero muito que, a partir de agora, ela seja itinerante.”
A mostra é composta por 17 esculturas em cera, madeira e, principalmente, metal. Muitas das peças estavam espalhadas por Foz do Iguaçu.

Foz em Aquarelas
Outra mostra aberta nesta quinta-feira foi Foz em Aquarelas, do ilustrador paulista Beto Cândia, que ficou seis meses fazendo uma imersão em Foz do Iguaçu para ilustrar com aquarela os pontos turísticos e os principais prédios da cidade. Os 17 desenhos retratam o passado, presente e futuro de Foz. São paisagens como a Ponte da Amizade, as Cataratas do Iguaçu, vários ângulos da Itaipu, o Templo Budista e a Catedral de Nossa Senhora de Guadalupe.
Ele contou que é a segunda vez que retrata os pontos turísticos de um lugar. O primeiro foi em Ribeirão Preto, São Paulo. “É uma forma bela e crítica de valorizar e divulgar os pontos fortes de um lugar. Valorizar a cidade”, afirmou.

Espaço cultural
O superintendente de Comunicação da Itaipu, Gilmar Piolla, destacou que Foz do Iguaçu é uma cidade carente de espaços culturais e que desde o no passado o Ecomuseu vem tentando suprir esta lacuna. “Está se consolidando como espaço de promoção da cultura na cidade.”
O Ecomuseu vem assumindo a tendência de prestigiar as artes contemporâneas. Entre julho e novembro de 2013, a exposição Múltiplo Leminski atraiu 130 mil pessoas, batendo o recorde histórico de visitação do espaço. Em 2014, o Ecomuseu recebeu a instalação Lágrimas de São Pedro, de Vinícius S.A, e a exposição Trabalhadores, do fotógrafo Sebastião Salgado – ambas sucesso de público.

Serviço: Poty, poeta do traço; Foz em Aquarelas e À mão livre.
Local: Ecomuseu de Itaipu (Avenida Tancredo Neves, 6001 – Foz do Iguaçu. Telefone: 0800 645-4645).
Horário: terça a domingo, das 8h às 16h30.
Data: até 8 de fevereiro de 2015.
Preços: R$ 10 (integral) e R$ 5 (meia-entrada).
Mais informações: www.turismoitaipu.com.br

A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é a maior geradora de energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2013, pelo abastecimento de 17% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Em 2013, superou o próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.630.035 megawatts-hora (98,63 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.