A CRÍTICA DE ARTE ADALICE ARAUJO, SERÁ UMA DAS HOMENAGEADAS NO ENCONTRO INTERNACIONAL DE CRÍTICOS DE ARTE DA BIENAL VENTO SUL, NO MON.
O Encontro da AICA Associação Internacional de Críticos de Arte da 6ª Vento Sul Bienal de Curitiba homenageia no próximo domingo dia 23 de outubro às 14h30, no MON Museu Oscar Niemayer os cinco Críticos de Arte Paranaense que desde o Século XX até hoje mais vêm contribuindo para a evolução e divulgação das Artes Visuais no Paraná.
Entre eles destaque especial merece Adalice Araujo (presença confirmada no evento), considerada pelo Grupo ARTIXX a verdadeira fundadora da Historiografia de Arte no Paraná e da Crítica Moderna e Contemporânea no Paraná.
Sobre Adalice Araujo
Pesquisadora, crítica de Arte e Professora Universitária, em sua formação constam entre outros: Curso Superior de Pintura pela EMBAP; Didática de Desenho pela PUC/PR; especialização na Accademia di Belle Arti em Roma/Itália. É Doutora e Livre Docente em História da Arte pela UFPR.
Como Professora Titular de História da Arte tanto na UFPR como na EMBAP é responsável pela formação de pelo menos duas gerações de críticos de arte e pesquisadores, entre os quais: Fernando Bini, Maria Cecília Noronha, Maria José Justino, Nilza Procopiak, Sérgio Kirdziej e João Henrique Amaral. Ainda como Professora de História da Arte, além do apoio dado a inúmeros artistas de vanguarda, a exemplo de Eliane Prolik, Edilson Viriato, Carla Vendrami (in memorian), Sergio Moura, Andréia Cristina Las e Cristina Mendes, entre outros; como Membro da Comissão de Coordenação da Galeria do Centro Cultural Brasil Estados Unidos é diretamente responsável pelo lançamento de vários artistas a exemplo de: Bia Wouk, Carlos Eduardo Zimmermann, Rones Tadeu Dumke, Izabel Bakker e Elvo Benito Damo.
Entre os inúmeros Projetos de sua autoria figuram os Encontros de Arte Moderna (na EMBAP) que introduzem a Arte Contemporânea no Paraná; na UFPR, os Cursos de Desenho Industrial (Design de Produto), Programação Visual (Design Gráfico), Educação Artística e Departamento de Artes na UFPR; UNIARTE Mostra de Formas Contemporâneas FUNARTE/UFPR, em convênio com o MAC/PR, que congrega a produção de todos os estudantes de Arte, Design e Arquitetura de Curitiba.
Como Diretora do MAC/PR (1987-88) é responsável por sua total reestruturação, tendo introduzido naquela entidade: Reserva Técnica, Curadoria, Núcleo de Arte-Educação, Núcleo de Semiótica e Crítica de Arte.
Pesquisadora de campo e descobridora de talentos, ao longo de vinte e seis anos Adalice Araujo atua como crítica de arte mantendo a Coluna Artes Visuais no Diário do Paraná, Polo Cultural e Gazeta do Povo (com este último colabora, por aproximadamente vinte anos). Desenvolvendo um trabalho incansável Adalice Araujo não se limitava a visitar exposições, como pesquisadora atenta visitava os ateliers dos artistas analisando in loco seu processo de criação, gravando entrevistas. Conseguiu, assim, reunir acervo importantíssimo de gravações de artistas como: Guido Viaro, Arthur Nísio, Helena Wong, Franco Giglio, entre outros.
Por outro lado apesar de existirem isoladamente excelentes pesquisadores como Newton Carneiro especialista do Século XIX; ou os arqueólogos Ademar Blasi e Igor Chmyz, até inícios da década de 1970 a Arte Paranaense era classificada como Artes de Andersen e Depois de Andersen. Em sua tese de Livre Docência: Arte Moderna e Contemporânea / Em Questão 3000 Anos de Arte Paranaense defendida na UFPR, em 1974, pela primeira vez no Paraná, Adalice Araujo propõe-se através de documentação levantada, comprovar a existência da Arte Paranaense como fenômeno social, cujos inícios ocorrem na Pré-História; lançar subsídios para uma classificação (ou periodização) da Arte Paranaense; demonstrar não só a necessidade de uma aproximação com o interior do Estado como comprovar que pelo alto nível da sua produção a Arte Paranaense merece figurar no Mapa da Arte Brasileira.
Já em sua tese para Professor Titular de História da Arte da UFPR Mito e Magia na Arte Catarinense, reconhece a autenticidade de artistas como Franklin Cascaes cujo processo de criação é baseado nos mitos e lendas da Ilha do Desterro; ou no inconsciente como Eli Heil os quais figuram entre os mais originais em território nacional. Esta obra não só é selecionada para participar da I Bienal Latino Americana de Mito e Magia, organizada pela Fundação Bienal de São Paulo; como dá origem ao termo Ilha da Magia, hoje, oficialmente adotado para denominar a cidade de Florianópolis/SC.
Pelo dinamismo e destaque na sua atuação como crítica de arte, em 2003 a Associação Brasileira de Críticos de Arte atribui-lhe o Prêmio Mário de Andrade.
Em 2006 lança o 1º Volume do Dicionário das Artes Plásticas no Paraná trabalho minucioso sobre a História da Arte no Paraná que inclui agentes atuantes não só em Curitiba, como no interior, com exaustivo levantamento da Iconografia Paranaense, destinada a especialistas, estudiosos, estudantes do assunto e ao público em geral; onde parte do princípio que apenas com as contribuições locais é que se chegará a escrever a verdadeira História da Arte no Brasil. Considerada a melhor obra do gênero publicado no país em 2006, no ano de 2007, conquista o Prêmio Gonzaga Duque da Associação Brasileira de Críticos de Arte.
SERVIÇO: O Encontro da AICA Associação Internacional de Críticos de Arte da 6ª Vento Sul Bienal de Curitiba homenageia Adalice Araujo.
Data, próximo domingo dia 23 de Outubro às 14h30.
Local. MON Museu Oscar Niemayer, auditório Poty Lazzarotto, Curitiba.