NOTA DE PESAR – ESPEDITO ROCHA

Foi assim que recebi em meu endereço eletrôncio pessoal.
Na condição de Dirtora de Conteudo do site da APAP/PR
faço aqui a transcrição.

“Brasil perde um mestre”.
Perto de completar 90 anos, falece em Curitiba, na manha desta quinta-feira (18/11), o comunista, guerreiro e artista plástico Espedito Rocha. O velório será na Assembléia Legislativa do Paraná, no Centro Cívico, a partir do início da tarde.

No início de 2010, mais uma luta abordou o escultor e militante político. Espedito foi surpreendido por um câncer nos pulmões. Mais uma vez, o guerreiro lutou bravamente.

Espedito Rocha – Autodidata, Espedito Rocha nasceu na Vila Santa Clara em Pernambuco dia 01 de janeiro de 1921. Espedito é um dos nove filhos do casal Filho de Caetano da Rocha e Maria Oliveira da Rocha. Pai de sete filhos, avô de treze netos com dois bisnetos, Espedito Rocha aproveita sua casa como local de descanso, para receber amigos e trabalho. Espedito cria novas obras e dá entrevistas sobre a técnica que utiliza em seus trabalhos a especialistas e jornalistas de cultura de todo o país.

Militante do Partido Comunista Brasileiro desde os anos 40, perseguido e preso durante o golpe militar, Espedito Rocha já trabalhou na lavoura, foi mecânico em usinas em cidades do Norte, trabalhou como agricultor, operário do setor de indústrias químicas e foi um grande líder sindical. Perseguido durante a ditadura brasileira, Tiburcio Melo – seu codinome – acabou preso por seis meses. Espedito chega ao sul do país em 79. A primeira exposição aconteceu em 1980 na cidade de São Paulo.

Técnica – Começou a esculpir (“descascar o miolo da madeira”) ainda jovem. Consertava e restaurava santos ainda em Santa Clara. “Quando criança, tive a felicidade em fazer muitas coisas. Eu vivi no agreste pernambucano onde se trabalha muito com a mandioca, na casa de farinha, no engenho. Em vez de raspar as mandiocas, eu as esculpia”, relembra Espedito Rocha.

“Não dou nome às esculturas”, diz o mestre. “Se eu der, a tendência é que o público tenha a mesma visão que eu. Cada um deve estar livre para imaginar e entender o que quiser de acordo com a sua vivência. As esculturas são leves. A técnica de retirar o miolo nasceu por acaso”, confirma.

Obras – Com obras espalhadas por diversos cantos do mundo, Espedito Rocha utiliza diversos tipos de madeira para a elaboração da obra, entre peças pequenas que variam de 5 a 10 quilos e peças maiores e mais pesadas, que chegam a 30 e 40 quilos. As ferramentas são poucas.

Quanto mais detalhada a obra, mais tempo e trabalho. As esculturas de Espedito impressionam pela beleza natural. Cada uma, segundo ele, tem vida própria e não gosta de dar-lhes nome.

Mais informações no site do artista plástico: www.espeditorocha.com.br

Fonte: Isabella Ferreira.