GRUPO ART 725 EXPÕE NA GALERIA MUNICIPAL DE ARTE EM BLUMENAU

 
Na coletiva do Grupo Art 725, estão reunidos trabalhos do Grupo formado por 16 artistas paranaenses. A exposição está dividida em três segmentos: “Entre Olhares”, “Olhares 725” e “Olhares Diversos”; trazendo obras que apresentam uma grande diversidade plástica e destacam a liberdade do olhar criativo na sua produção. Sob curadoria de Edilson Viriato,que promove a autonomia e a individualidade de expressão dos artistas na elaboração de seus trabalhos.
O Grupo Art 725 foi formado com o intuito de promover e divulgar cada um de seus integrantes cujas trajetórias individuais e/ou coletivas são reconhecidas no mundo artístico.Criado em outubro de 2012 o grupo trabalha e se reúne para desenvolver pesquisas sobre arte, criar diretrizes, elaborar projetos e propostas para exposições com o objetivo de mostrar a pluralidade da arte numa visão contemporânea. O idealizador do Grupo Arte 725, Edilson Viriato,é artista consagrado e premiado com diversas participações em Bienais, entre elas a de Cuba e São Paulo, e em Exposições nacionais e internacionais. Agitador cultural, curador, professor e orientador, inspira e promove o desenvolvimento do Grupo.
Fazem parte do Grupo os artistas: Edilson Viriato, Ana Muller, Ana Serafin, Beatriz Gonçalez, Cirlei Gonçalves, Denise Abujamra, Elisângela Strasser, Elisiane Corrêa, Kátia Kimieck, Luiza Uady, Marilene Zanchet, Marinice Costa, Silvana Camilotti, Leandro de Souza, Nilva Rossi e Soraya Milani.


A Galeria Municipal de Arte – Sala Alberto Luz apresenta as exposições:
. Pintura Fóssil de Duane Bahia Benatti, traz de Campinas – SP, uma série de pinturas onde radicaliza sua pesquisa pictórica iniciada em residência artística em Buenos Aires, em 2012. Foi nessa ocasião que o artista começou a expor obras constituídas de capas de tinta pura. Camadas de tinta eram aplicadas sobre suporte impermeável, e, uma vez a tinta estando seca, capas de tinta eram extraídas e afixadas com cola em lona.
Na presente série, Benatti eliminou os materiais intermediários e nos oferece uma experiência de uma pintura purificada, às vezes inclusive de seu suporte, problematizando o aspecto matérico e objetual da pintura, estruturando-a em suportes estranhos à pintura, como hastes ou pedestais.

. Abre o mundo, através de uma série de peças em cerâmica, a artista Sela, residente em Florianópolis, promove a ideia de transcendência que a imagem poética da flecha sugere, para que, situados no presente lembremos de nossa origem cultural, pré-histórica, que em busca de melhores condições produziu instrumentos para a sobrevivência e desenvolvimento humano, como foi a flecha nos primórdios da humanidade, com vistas a superar, transcender, as dificuldades que se apresentem ao desenvolvimento do indivíduo em sociedade.
A flecha é signo de transcendência e símbolo de ascensão a um espaço metafísico; a transcendência está sempre, portanto, armada, e a arma transcendente por excelência é a flecha, como disse o filósofo Gilbert Durand. A ponta de flecha foi um dos primeiros artefatos, de que se tem registro, que foram produzidos pelo homem desde as flechas produzidas pelos caçadores do paleolítico, e ainda hoje sua imagem simbólica é usada para abrir, conduzir de um estado, situação ou posição a outro, como por exemplo na sinalização de trânsito, o ícone de play, e ícone de abrir arquivos digitais nos aparelhos audiovisuais de tecnologia atual.

. O lugar das incertezas, com trabalhos que transitam entre a instalação, fotografia e vídeo-arte, a artista paulistana encontra através da releitura e da reorganização dos objetos do cotidiano na paisagem, um estranhamento impactante através da imersão em universos socialmente extremos. Após pesquisar e acompanhar por um ano as consultas do doutor Dráuzio Varella no Presídio Feminino da Capital de São Paulo, o que inicialmente teria como resultado um trabalho de fenomenologia do espaço arquitetônico, acabou por se tornar uma intervenção urbana site-specific em plena região da Paulista em São Paulo. Este acabou sendo o primeiro trabalho de uma série de outros executados nesta mesma atmosfera. Os trabalhos Espera, Visita e Teresa são alguns dos que estão nesta exposição e fazem parte deste cotidiano o qual esteve presente não somente na imersão de um ano junto à equipe de médicos voluntários do presídio feminino, como também em toda a infância e adolescência da artista passadas no bairro da Zona Norte de São Paulo, próximo do extinto presídio do Carandiru, quando por muitos anos ela acompanhou a trajetória dos familiares,que chegavam de madrugada e que retornavam no final do dia. Anos depois, já residindo na região central próximo à favela do Moinho, também trouxe para seus trabalhos as questões observadas na vizinhança. Localizada em uma área urbana residual marcada por duas linhas de trem e um viaduto, a comunidade passou por um marcante incêndio em 2013.A série Moinhos traz trabalhos que partem das vivências observadas durante o período em que os moradores buscavam se reestabelecer após a tragédia. Um pouco distante das abordagens sobre desigualdades sociais, mas ainda permeando um espaço de questionamentos urbanos contemporâneos, está o tríptico Alvorada, que coloca um universo mais místico, propondo uma releitura sobre o papel da religiosidade num país de miscigenações étnicas e sociais.
MaBu – o lugar das incertezas reúne estes três momentos da artista em uma exposição marcada pela contemporaneidade, seja pelas temáticas abordadas, seja pela linguagem vanguardista dos trabalhos.

Na Galeria do Papel a exposição Voo Noturno, traz uma série de gravuras produzidas pelo artista paranaense Francisco Gusso ,durante os anos de 2011 e 2012 e impressas entre 2012 e 2014 nos ateliês do Museu da Gravura de Curitiba. A série é composta por sete obras. Seis delas são gravuras feitas em linóleo, impressas e molduradas em vidro. A outra obra é um livro de artista de 18 páginas que levam o nome da exposição: Voo Noturno. O livro foi impresso em xilogravura sobre papel arroz e conta também com alguns desenhos e textos produzidos pelo artista.

Cacos da Mata é a exposição que o artista e ambientalista Paulo Tajes Lindner, traz de Joinville para o Espaço Alternativo da Fundação Cultural de Blumenau. A estréia do projeto ocorreu em 2006 e, o seu conceito é a reciclagem de materiais. O projeto original foi concebido pelos artistas Ana Beatris Raposo (fusão de vidros reciclados) e, Paulo Tajes Lindner (pintura acrílica sobre lonas usadas de caminhão). Segundo Walter de Queiroz Guerreiro, Crítico de Arte, Paulo Tajes Lindner é um ambientalista que acreditou ser a arte o instrumento para conscientizar sobre a destruição da Mata Atlântica, criando em técnica mista, como imagem real de um meio ambiente devastado e poluído, utilizando restos industriais, como a lona de caminhão desgastada de que se reapropria como suporte, vidros, canutilhos e miçangas, memória icônica do escambo entre índios e “civilizados” nos primórdios da colonização. Sua missão: falar da natureza e de nós mesmos.
Para Alena Marmo – Mestre em Artes Visuais “ Artista e ambientalista, Lindner desde o início aliou a sua paixão pela arte ao ideal de proteger o meio ambiente. Em suas composições, que beiram o realismo mágico, apropria-se da natureza e recria as suas formas dando existência pictórica a animais e flores fictícias. A figura do pássaro, ligação entre o céu e a terra, é muito freqüente na produção do artista” . A exposição já passou por Berlim/Alemanha, Bologna e Roma/Itália, Paris/França e no Brasil nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Noite de autógrafos do livro“Uma Rede de Amor” publicação comemorativa aos 40 anos da Rede Feminina de Combate ao Cancer de Blumenau.

Serviço: Grupo Art 725
Abertura da 4ª. Temporada de Exposições no MAB
Data: 9 de Outubro – quinta-feira
Horário: a partir das 19 horas
Local: Fundação Cultural de Blumenau
Visitação: até 23 de novembro. De terça-feira a domingo, das 10 às 16 horas.
Visitas mediadas podem ser marcadas pelo telefone 3381 6176. Entrada franca.
 

Legenda: Vista geral da Galeria de Arte Muncipal, com a exposição montada.